quarta-feira, 4 de junho de 2008

Festeja-se os desatinos da imaginação,
a massa cinzenta, a fervilhar, em revolução,
o descontrolo nato, gémeo da alucinação.
E assume-se a farda:
ser poeta é ser génio sem nome, render-se só, à perdição.
Atrevo-me a pensar em ti como um girassol aberto,
como um raiar de água fresca no sorriso de um rosto,
um simples viajante nas terras fragosas dos meus campos.
Atrevo-me a imaginar-te o encaixe perfeito das paisagens do mundo,
um semblante erguido,
uma montanha sem fim.
E atrevo-me a querer, com toda a inocência de um amor inflamado,
que as tuas medidas sejam as únicas e inegáveis,
medidas do meu coração.