sábado, 25 de outubro de 2008

Sortudos.
Somos o que nos dá prazer,
sendo assim quem queremos ser.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008


Gosto do que não se vê à primeira, dá-me gosto.
Por isso fotografo os detalhes,
os pormenores esquecidos,
os cantos invisíveis.
Mas não posso guardar imagens de tudo o que vejo,
ou de tudo o que mais queria recordar.
Há fotografias só de vista, só de um vislumbre.
O teu sorriso quando me vês chegar, é o mais perfeito detalhe,
e a fotografia dos meus olhos que nunca hei-de poder revelar.


Não posso iluminar o negro:
a claridade de um dia não o preenche ou reflecte.
E não há quem possa chegar-lhe um fio de luz de lanterna,
senão por mim.

Talvez um dia,
o negro se torne um cinzento de memórias,
com tanta a luz desses focos por que anseio (em silêncio).

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cai o frio nas ruas
e estou quente.
A neve invisível que pousa sobre mim,
és tu, em bocadinhos.
És como um pássaro livre numa gaiola,
solto num pequeno mundo.
Esticas as asas no teu espaço,
voas o que podes na tua abóboda,
e cantas melodia para além das finas grades.
Não és triste por viver nessa jaula porque te sabes pássaro,
e um pássaro precisa apenas de saber onde pousar,
depois de voar num céu ou num sonho.

Nesse teu sítio, tu pousas no meu coração.

E a gaiola imaginária, que te prende a mim,
limita-te o voo para longe,
longe desse teu, meu, pousio.