
As janelas que se abrem
são cortinas que esvoaçam,
caminhos que se descobrem
no claro e húmido pano do céu.
E são canteiros e flores,
nascidas e desmaiadas
na palidez dos dias perdidos.
Janelas são saídas, são entradas,
são brisas e corridas fugidas do vento,
caixilhos de luz e de caras,
vidas tecidas nas horas silenciosas,
viajantes nos relógios de cucu.
As janelas são pousios, são encostos,
são braços pousados, mãos marcadas
no frio mármore envelhecido.
São baços vidros ou brilhantes vistas,
horizontes desenhados, aqui tão perto.
Janelas tenho-as eu,
E são espelhos de pássaros
e vidas todas numa só.
Janelas tenho-as eu.
Tenho-as na alma e sei-as de cor.
2 comentários:
Muito bom. Gostei muito. É pena vires cá poucas vezes, mas quando vens é para arrasar.
Um beijo
Gostei muito.
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